sábado, 31 de maio de 2008

Acordes de Vida



Acordes de Vida



Sons inaudíveis, ecos desafinados,
Notas que buscam o tom no outono da vida.
Melodia que se refugia no âmago dos sonhos
Inverno que se aproxima sem perspectiva.
Lucidez, a consumir a alma
Não fosse o tempo um eterno aceno.
Nostalgia...
Não conheces meu mundo íntimo
Anseios, delírios, desvarios.
Não sabes da minha espera,
Das minhas mãos vazias,
Entrelaçar dos dedos,
A murmurar preces ,
Entremeadas de lágrimas,
Entoar da última melodia no canto da vida.
Tormento... reticências... loucura,
Meu silêncio com todos os meus segredos.
Evidência absoluta de um grande amor absoluto,
Sobrepondo-se a todos os sonhos inúteis.
Ritmo alucinante, bem querer.
Amor impresso na retina dos olhos.
Amanhecer de dias, a varar o entardecer.
Madrugadas errantes...
Solidão doída marcante.
Envolvida na neblina do tempo,
A invadir espaços,
Desnortear o caminho, sangrar a alma.
Melodia de noites famintas.
Acordes de uma vida.





Ana Maria Marya
27/05/2006
Ita/Ba/Brasil


segunda-feira, 19 de maio de 2008

Silencio




Silencio



Silencio, quebrado pela palavra,
proferida, dita, mensageira.
Silencio fecundo, fertiliza, vivifica.
Quanto mais pensamos,
meditamos, mais precioso fica.
A palavra, muitas vezes passa ligeira,
outras, deixa marcas a vida inteira.
Silencio, rompido, interrompido,
no despertar de cada manhã,
no acordar do homem,
no cantar dos pássaros,
no desabrochar da natureza,
na luz, no calor do sol.
Silencio.
Existe um silencio dentro da noite,
a enxertar, fecundar a terra.
Silencio vida!
Silencio arte, reflexão interior,
idéia, percepção, lampejo,
introspecção, verdade, desejo,
mergulho, profundidade,
cumplicidade, amor, amizade.
O barulho afoga, dispersa,
atrapalha, desterra, encerra.
É preciso dispensar certas palavras,
escutar o silencio, saber ouvir.
Escuta-lo! Entende-lo!
Palavra compreensão,
coração, amor comunhão!
Esqueçamos frivolidades,
tombam, produzem tédio.
Silencio...
Comunhão com Deus,
Pegadas de Amor,
Praias do homem!









Ana Maria Marya
22/04/2008
Ita/Ba/Brasil

domingo, 18 de maio de 2008

Sozinha



Sozinha...




Coração a vagar, céu, mar,
destruído, sofrido, carente.
Vida, crueza, tristeza,
como cacos, maré azul.
Insolente.
Ondas de franjas rubras,
invadem a praia,
sucedem-se com firmeza,
tingem minha alegria.
Espraia.
Seiva amarga, negra tristeza.
Não mais do vento a sinfonia.
Olho o mar...
Irrompe-se um frêmito,
água varada pelo vento.
Maré ondulante.
Sinto calafrios,
olhos a buscar no tempo,
o sentir do pensamento.
Indecisa, vacilante,
pulso acelerado,
coração magoado.
Espero ressurgir das trevas,
meus dias do passado.
Praia da solidão, intolerável,
luzes emergem, aqui, ali.
Estrelas, não palpável.
A lágrima secou,
a tornar a vida tolerável,
com vagar, recordo sem revolta,
o passado não volta!
Céu... mar...







Ana Maria Marya
18/05/2008
Ita/Ba/Brasil

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A Sonhar no Branco




A sonhar no branco





Paisagem solitária quietude.
Natureza quase adormecida.
Arvores desnudas, folhas caídas.
Riacho que calmo corre,
Por matizes de um branco perfeito,
Canto suave de água a descer
A romper o silêncio da estação invernal.
Embalo-me em sonhos.
No aconchego do ninho,
Busco-te na distancia que não sinto.
Em devaneios, no branco dos lençóis,
O calor que emana do teu corpo.
Nas mãos ávidas de carinho,
A marcar com dedos minha pele.
A me possuir, mesmo sem me tocar.
Amor a consumir, sem consumar.
Lá fora, o brilho da neve,
O vento gelado a gemer de prazer.
Tento vencer a ilusão, alimento do coração,
E no olhar perdido, solitário da imaginação,
Esperanças, sem frustração.
O mesmo instinto, a mesma loucura,
A mesma procura, imaginária, verdadeira,
Tornar real alguém que almejo,
No cair lentamente da neve.
A embalar esse amor esse desejo,
Esse coração enrijecido de frio e fome.
Quisera poder ouvir o som da tua voz
Além do branco silencio.
Sigo, amando-te.


Ana Maria Marya
21/10/2006
Ita/Ba/Brasil

Flores (poetrix)


Flores


Mete as mãos na terra,
Esquece o sofrimento, a lida.
Das sementes brotarão as flores,
Que te alegrarão a vida!





Ana Maria Marya
25/11/2006
Ita/Ba/Brasil






Canto da Poesia
Ciranda de Letras
"Flores"