sexta-feira, 16 de maio de 2008

A Sonhar no Branco




A sonhar no branco





Paisagem solitária quietude.
Natureza quase adormecida.
Arvores desnudas, folhas caídas.
Riacho que calmo corre,
Por matizes de um branco perfeito,
Canto suave de água a descer
A romper o silêncio da estação invernal.
Embalo-me em sonhos.
No aconchego do ninho,
Busco-te na distancia que não sinto.
Em devaneios, no branco dos lençóis,
O calor que emana do teu corpo.
Nas mãos ávidas de carinho,
A marcar com dedos minha pele.
A me possuir, mesmo sem me tocar.
Amor a consumir, sem consumar.
Lá fora, o brilho da neve,
O vento gelado a gemer de prazer.
Tento vencer a ilusão, alimento do coração,
E no olhar perdido, solitário da imaginação,
Esperanças, sem frustração.
O mesmo instinto, a mesma loucura,
A mesma procura, imaginária, verdadeira,
Tornar real alguém que almejo,
No cair lentamente da neve.
A embalar esse amor esse desejo,
Esse coração enrijecido de frio e fome.
Quisera poder ouvir o som da tua voz
Além do branco silencio.
Sigo, amando-te.


Ana Maria Marya
21/10/2006
Ita/Ba/Brasil

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